A atualidade na construção apresenta desafios na gestão eficiente da informação. Observa-se lacunas na disseminação de dados entre departamentos, obstáculos na interoperabilidade de sistemas, além de perdas de dados em diversas etapas do ciclo de vida de um empreendimento. Essa escassez de informação pode resultar em decisões inadequadas, atrasos, custos adicionais e impactos negativos na qualidade final da construção.

Da mesma forma, a gestão de dados sobre ativos na operação e manutenção rodoviária enfrenta desafios similares. Informações da concepção de uma determinada rodovia muitas vezes são suplantadas pelas geradas na fase de projeto, as quais, por sua vez, são descartadas após a conclusão da construção do ativo. Assim, a operação e manutenção rodoviária frequentemente enfrentam dificuldade em acessar informações de fases anteriores do ciclo de vida do empreendimento.

A solução comumente adotada para superar a falta de acesso às informações anteriores à operação e manutenção muitas vezes envolve a geração de novos conjuntos de dados sobre a situação atual. O ativo construído é então visto como uma fonte valiosa de informações. Isso abrange levantamentos topográficos, sondagens, voos de drone com nuvem de pontos, ortofotomosaico, levantamentos periódicos de não conformidades feitos por registros in loco, resultando em relatórios fotográficos, desenhos, tabelas, descrições, laudos, e várias outras informações de naturezas diversas.

No entanto, é válido afirmar que tanto a falta quanto o excesso de informações podem gerar o mesmo problema central: o acesso adequado à informação. A ausência de dados essenciais pode resultar em lacunas críticas, enquanto o excesso, se não eficientemente, pode sobrecarregar hardwares e demandar dos gestores a integração de dados coletados em épocas e em localizações diversas ao longo de uma rodovia, muitas vezes armazenados isoladamente.

Para enfrentar esse desafio a Sondotécnica desenvolveu o projeto Rodovia On Line: uma base GIS (Sistema de Informação Geográfica) em um banco de dados espacial (estruturado em PostGreeSQL, Post GIS e Geoserver) hospedado em nuvem, utilizando-se a GEO AI (Inteligência Artificial Geoespacial) onde é possível levantar oportunidades de negócios, impactos ambientais e riscos operacionais.

Este Banco de Dados Espacial na nuvem é alimentado com informações físicas dos ativos, como, por exemplo, mapas oficiais, fotos aéreas produzidas por drones, limites cartográficos e dados específicos dos ativos, como, por exemplo, dados sobre tipos de pavimento, declividades, taludes, obras de arte especiais, faixa de domínio, sondagem, sistemas de drenagem, dentre outras. Dados relacionados a projetos também são georreferenciados no mesmo banco de dados espacial. Os modelos realizados em BIM (Building Information Modeling), por exemplo, podem ser visualizados juntamente com os outros dados da base GIS, formando o que chamamos de GEOBIM.

Como a coleta de dados em campo em rodovia muitas vezes não possui acesso à internet, a Sondotécnica criou um aplicativo móvel tendo como base o software livre Qfield, o qual permite o uso offline e a sincronização dos dados armazenados no momento de retomada à rede.

Esse sistema de informação, que une entrada, armazenamento e visualização dos dados por meio de dashboards, permite então uma visão do ativo não somente em fase específica, mas compõe um banco de dados acessível nos diversos momentos do ciclo de vida do ativo.

A estruturação das informações por meio da base GIS não apenas viabilizou o acesso a dados, antes armazenados de forma isolada, mas também possibilitou a aplicação de Inteligência Artificial (IA), permitindo a realização de análises preditivas. Isso inclui a identificação antecipada de eventos iminentes na rodovia, como por exemplo trincas no asfalto, oferecendo a oportunidade de intervenções de manutenção preventiva, antes que esses eventos evoluam para problemas reais.

 

 

 

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